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O CPPC promoveu no dia 25, no auditório da Voz do Operário, em Lisboa, uma sessão pública com o lema «Defender a Paz, Urgência do nosso tempo», que contou com as intervenções de Ilda Figueiredo, presidente da direção nacional do CPPC, José Baptista Alves, militar de abril e presidente da mesa da Assembleia da Paz, e os membros da Presidência Rui Namorado Rosa, professor universitário jubilado, e Frederico de Carvalho, investigador em Física.
 
Nas várias intervenções traçou-se o panorama da situação mundial, marcada pela coexistência de riscos de guerra generalizada e por possibilidades que se abrem para o surgimento de uma ordem mundial mais justa e pacífica, fundada nos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional consagrados após a Segunda Guerra Mundial e nas últimas décadas abertamente desrespeitados.
 
Que mundo teremos após o conflito que hoje se trava na Ucrânia (uma guerra por procuração dos EUA contra a Rússia, afirmou-se) foi uma das questões centrais a que se procurou dar resposta, com José Baptista Alves a colocar duas hipóteses: ou uma nova guerra fria ou essa tal ordem mundial assente nos princípios da Carta das Nações Unidas. Uma guerra generalizada, forçosamente nuclear, foi hipótese que não se colocou, porque seria totalmente irracional.
 
Da sua possibilidade e consequências falaria Frederico de Carvalho, lembrando o conceito de Inverno Nuclear, ou seja, as consequências dramáticas para o clima que derivariam da utilização massiva deste tipo de armamento. Explicou ainda os efeitos nefastos da utilização de munições de urânio empobrecido, que depois de profusamente utilizadas no Iraque e na ex-Jugoslávia, com gravíssimas consequências, foram enviadas pelo Reino Unido para a Ucrânia.
 
Antes, já Ilda Figueiredo tinha salientado a necessidade de ampliar a luta pela paz e o desarmamento: as comemorações dos 50 anos da revolução de abril são um momento privilegiado para isso, valorizando os princípios inscritos no artigo 7.º da Constituição da República.
 
A Rui Namorado Rosas coube valorizar, em nome do CPPC, o percurso de Frederico de Carvalho, enquanto cientista preocupado com a utilização dos avanços da ciência e da técnica para o progresso da Humanidade (e não para a exploração e a morte) e ativista do movimento da paz. Referiu a intensa atividade desenvolvida no CPPC, na Organização dos Trabalhadores Científicos e, a nível internacional, da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos, da qual é vice-presidente.
 
Frederico Carvalho recebeu um ramo de cravos vermelhos e uma pintura de Agostinho Santos como expressão de reconhecimento de toda uma vida dedicada à defesa da paz - que continua e continuará, como o próprio fez questão de garantir.