Outras Notícias

FacebookTwitterRSS Feed

548896911_1057544843256957_1436034750945358295_n.jpg

O reconhecimento do Estado da Palestina consumado pelo Governo português no dia 21 de setembro, corrige uma injustiça mas surge com décadas de atraso.
Este reconhecimento deveria ter sido já soberanamente assumido pelo Estado português há muitos anos, sem o ter inaceitávelmente condicionado à posição de grandes potências da NATO e da União Europeia, aliás, como o Conselho Português para a Paz e Cooperação reiteradamente sublinhou e exigiu.
Um reconhecimento que só foi decidido agora, face à indignação e à condenação generalizada perante o horror do genocídio do povo palestiniano, com as muitas dezenas de milhares de mortos, feridos e traumatizados, entre os quais dezenas de milhares de crianças, em resultado dos criminosos bombardeamentos e bloqueio impostos por Israel.
Prometida há quase 80 anos pelas Nações Unidas, a criação do Estado da Palestina foi, e continua a ser, impedida pela constante agressão, ocupação e colonização israelita, que se expressa num imenso rol de massacres, assassinatos, bombardeamentos e ataques, na imposição de um autêntico sistema de apartheid, em prisões ilegais e arbitrárias (incluindo de crianças), na exploração de mão-de-obra e no roubo de recursos, na expulsão forçada de populações palestinianas das suas casas e terras, no genocídio. Uma realidade só possível graças ao constante apoio militar, económico e diplomático garantido a Israel pelos Estados Unidos da América e por várias potências da NATO e da União Europeia, incluindo algumas que reconheceram agora o Estado da Palestina.
O CPPC rejeita peremptoriamente que este reconhecimento possa fazer-se acompanhar de inaceitáveis condicionalismos sobre matérias que apenas cabe ao povo palestiniano soberanamente decidir.
Constituindo um sinal político necessário, o reconhecimento do Estado da Palestina pelo Governo português deve ser acompanhado da clara condenação e exigência do fim do genocídio e dos massacres, da exigência de um cessar fogo imediato e permanente, do acesso irrestrito da ajuda humanitária sob coordenação das Nações Unidas, como da libertação de todos os presos, sejam israelitas ou palestinianos.
O Governo português deve defender claramente e sem qualquer ambiguidade a imediata criação do Estado da Palestina soberano e independente, com as fronteiras anteriores a junho de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e o cumprimento do direito ao retorno dos refugiados palestinianos, como determina o direito internacional. O que implica, entre outros importantes aspectos, o fim do cerco à Faixa de Gaza, o desmantelamento do muro de separação, dos colonatos e dos postos de controlo militar em território palestiniano.
O CPPC, que se bate há décadas pelos direitos nacionais do povo palestiniano, apela à participação na campanha “Todos pela Palestina! Fim ao genocídio! Fim à ocupação!” de todos quantos defendem os legítimos direitos nacionais do povo palestiniano e a paz no martirizado Médio Oriente, desde logo no Concerto pela Paz e de Solidariedade com a Palestina, que tem lugar no próximo dia 18 de Outubro, no Fórum Lisboa, às 16h, e na manifestação nacional, que terá lugar dia 29 de novembro, em Lisboa e no Porto, às 15h.
A solidariedade com o povo palestiniano é mais necessária que nunca!
A Direção Nacional do CPPC
22-09-2025