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A Fundação José Saramago acolheu, no dia 12, uma sessão do Conselho Português para a Paz e Cooperação intitulada «Defesa da paz, urgência do nosso tempo».
A lançar o debate estiveram Ilda Figueiredo, presidente da direção nacional do CPPC, o coronel José Baptista Alves, militar de abril e presidente da mesa da Assembleia Paz, e o jornalista José Goulão. Na plateia, perto de uma centena de pessoas, entre as quais muitos jovens.
José Baptista Alves começou por enquadrar a situação presente na história dos últimos 150 anos: do sistema colonial à guerra imperialista de 1914-1918, da crise de 1929 e seus dramáticos efeitos à ascensão do nazi-fascismo, da Segunda Guerra Mundial ao mundo que dela emanou, construído em moldes mais justos, pese embora a imposição da chamada «guerra fria» como forma de defender a todo o custo a hegemonia das potências ocidentais sobre o resto do mundo. Com o desaparecimento da União Soviética e do campo socialista europeu, no final do século XX, esta hegemonia – política, económica, militar e ideológica – estendeu-se a todo o planeta. A guerra que hoje se trava na Ucrânia, acrescentou, é disto consequência.
Pegando na questão colocada por José Baptista Alves, «que mundo sairá desde conflito?», José Goulão desenvolveu as duas possibilidades antes colocadas (excluindo-se uma terceira, a de um conflito generalizado – logo, nuclear – entre a NATO e a Federação Russa): ou uma nova «guerra fria», colocando a Humanidade uma vez mais sob o equilíbrio do terror, ou um mundo multipolar, ou mesmo sem pólos, respeitador da soberania dos povos e do direito internacional saído da Segunda Guerra Mundial.
«A paz é urgente», concordaram os três oradores, lamentando a perda de vidas humanas e a destruição de infra-estruturas e património que marca este conflito – como, aliás, todos os outros. Para alcançar essa paz, é preciso esclarecer e mobilizar vontades, garantiu Ilda Figueiredo, dando conta das iniciativas que o CPPC tem previsto realizar em breve, como concertos pela paz, sessões de educação para a paz e ainda o III Encontro pela Paz (de âmbito nacional), que se irá realizar em 28 de Outubro deste ano, em Vila Nova de Gaia.